
Para pessoas trans, especialmente as não binárias e racializadas, o sentimento de insegurança é cotidiano. Não se trata apenas do risco de um assalto ou agressão na rua, mas do medo constante de ser alvo por simplesmente existir. A violência é simbólica, estrutural e, muitas vezes, institucional — vinda da própria polícia, de agentes públicos, ou do silêncio diante de crimes de ódio.
A dissertação mostra como essa vivência em estado permanente de alerta impacta a saúde mental, a liberdade de circulação e a própria expectativa de vida. Para pessoas trans no Brasil, viver até os 40 anos é um ato de resistência — a expectativa, segundo a ONU, é de apenas 35 anos.
Não há justiça sem segurança, e não há segurança sem reconhecimento. Garantir que pessoas trans sejam respeitadas, protegidas e incluídas nos protocolos de segurança é um passo essencial para que o Estado deixe de ser um agente da violência e passe a ser um defensor real dos direitos humanos