Segurança para Quem? A Violência Contra Corpos Trans e a Urgência de uma Nova Política

O Brasil segue liderando o triste ranking de assassinatos de pessoas trans no mundo. Dados da ANTRA revelam que uma pessoa trans é morta a cada 29 horas no país. A maioria dessas vítimas são jovens, negras e periféricas. Esses números revelam uma estrutura de violência profundamente enraizada que ultrapassa o campo da criminalidade e adentra o terreno da omissão e conivência estatal.

Pessoas trans não binárias e ciborgues relatam que enfrentam violência não apenas nas ruas, mas também dentro das instituições que deveriam protegê-las. Abordagens policiais violentas, falta de respeito ao nome social, e a recusa de delegacias em registrar denúncias com base na identidade de gênero correta são práticas recorrentes. A segurança pública precisa urgentemente ser reestruturada para garantir não apenas proteção, mas também dignidade.

É fundamental capacitar profissionais da área de segurança com formações antirracistas, antitransfóbicas e interseccionais. Além disso, é urgente implementar delegacias especializadas e canais seguros para denúncias de violência de gênero e LGBTIfobia. A segurança pública precisa ser pensada a partir da vida — e não da normatividade — se quisermos, de fato, garantir justiça social.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *