
A dissertação traz como proposta metodológica a combinação entre sociopoética e pretagogia — abordagens que colocam no centro do processo de pesquisa o afeto, a ancestralidade e a valorização dos saberes periféricos. Essa escolha não é apenas metodológica, mas política: ela afirma que pessoas trans negras e não binárias também produzem conhecimento e devem ser ouvidas.
No campo do serviço social, essa perspectiva desafia as práticas tradicionais que muitas vezes reproduzem hierarquias e estigmas. É urgente incluir epistemologias afrorreferenciadas nas formações profissionais e nos protocolos de atendimento, reconhecendo as vivências como fontes legítimas de saber.
Pretagogia é cuidar com escuta, é acolher com dignidade, é criar políticas públicas a partir dos territórios e não apenas dos gabinetes. Se queremos uma assistência social realmente transformadora, precisamos inverter a lógica: em vez de fazer pelos, é preciso fazer com — escutando, dialogando e agindo lado a lado com quem mais precisa.