
A população trans não binária e ciborgue ainda encontra inúmeros obstáculos quando busca atendimento de saúde no Brasil. Mesmo com garantias legais, como o direito ao uso do nome social e acesso à hormonioterapia pelo SUS, o desrespeito e a falta de preparo técnico da maioria dos profissionais seguem sendo uma realidade alarmante. A ausência de reconhecimento das identidades de gênero não normativas impacta diretamente a qualidade do atendimento recebido.
Além das barreiras no acesso físico e institucional aos serviços, a saúde mental da população trans é severamente afetada pelas constantes experiências de transfobia, invisibilidade e exclusão social. A dissertação de Kayodê Silvério destaca como o burnout, a ansiedade e a depressão são recorrentes entre pessoas trans, agravados por uma sociedade cisnormativa que insiste em patologizar suas existências.
Garantir o direito à saúde para todas as identidades passa pela inclusão de conteúdos sobre diversidade de gênero nos cursos de formação, pela criação de protocolos específicos nos serviços de atenção básica e pela construção de ambientes seguros e acolhedores. A saúde deve ser pensada como um direito humano universal — e isso só será realidade quando TODES forem realmente incluídos nas políticas públicas.